As emoções afetam a saúde do coração?
- As emoções influenciam o equilíbrio físico e psicológico, incluindo a saúde do coração.
- As estratégias de gestão emocional ajudam a proteger o sistema cardiovascular e a promover o bem-estar geral.
- É importante reconhecer os próprios limites e procurar ajuda profissional.

O estado emocional tem um papel relevante na saúde física.
Qual a ligação entre as emoções e a saúde cardiovascular?
As emoções estão diretamente relacionadas com o funcionamento do sistema cardiovascular. As alterações emocionais podem influenciar a frequência cardíaca, a pressão arterial, a circulação sanguínea e outros processos fisiológicos, como a libertação das hormonas do stress (cortisol e adrenalina) que afetam diretamente o coração e os vasos sanguíneos.
O modo como as emoções são percebidas, expressas e geridas tem, portanto, um impacto significativo no bem-estar do organismo. Desenvolver estratégias de gestão emocional, não só melhora a saúde psicológica, como também protege o coração, reduzindo o risco de problemas cardiovasculares ao longo da vida.
Quais os efeitos das emoções negativas?
Estados mentais negativos frequentes ou prolongados, como a depressão, a ansiedade, a solidão, a raiva, o medo, a frustração ou o stress, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares ou agravar problemas cardíacos já existentes.
O stress emocional desencadeia uma resposta fisiológica complexa no organismo. Quando uma pessoa experencia emoções negativas, o corpo reage através da libertação do cortisol e da adrenalina.
Estas hormonas preparam o organismo para enfrentar situações negativas, aumentando a frequência cardíaca e provocando a constrição dos vasos sanguíneos, de modo a direcionar o fluxo sanguíneo para os órgãos vitais. Paralelamente, elevam-se a pressão arterial e os níveis de glicose no sangue, fornecendo energia ao corpo para enfrentar o desafio.
Normalmente, após a resolução do evento stressante, a pressão arterial e a frequência cardíaca regressam aos valores padrão, que variam de pessoa para pessoa. No entanto, quando estas situações são frequentes ou prolongadas, o organismo não dispõe de tempo suficiente para recuperar completamente, o que pode causar lesões nas paredes arteriais, inflamação vascular e aumento progressivo do risco cardiovascular.
Além dos efeitos fisiológicos, as emoções negativas podem influenciar os hábitos de vida, levando ao aumento do consumo de álcool, tabaco ou alimentos pouco saudáveis, o que potencia mais o risco de doenças cardiovasculares.
E das emoções positivas?
Emoções positivas, como otimismo, alegria e bem-estar, desempenham um papel importante na saúde cardiovascular. Estudos indicam que as pessoas com uma atitude otimista tendem a apresentar menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, aterosclerose e outros problemas cardíacos.
Isto acontece porque as emoções positivas estão associadas a respostas fisiológicas benéficas ao organismo. Por exemplo, os estados emocionais positivos podem ajudar a reduzir os níveis de cortisol, e favorecer uma melhor regulação do sistema nervoso autónomo, contribuindo para a manutenção da pressão arterial e da frequência cardíaca em níveis saudáveis. Também existem evidências de que emoções positivas podem reduzir processos inflamatórios, que desempenham um papel importante no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
As emoções positivas também influenciam o comportamento e o estilo de vida. Pessoas que experienciam regularmente sentimentos de bem-estar tendem a adotar hábitos saudáveis, como praticar exercício físico, manter uma alimentação equilibrada, dormir adequadamente e seguir as orientações médicas. Estes comportamentos reforçam a proteção do coração e promovem a saúde geral do organismo.
Como gerir as emoções?
Existem diversas estratégias que ajudam a gerir as emoções, proteger a saúde cardiovascular e promover o bem-estar geral:
- Reconhecer e expressar sentimentos: Aprender a identificar as próprias emoções e expressá-las de forma adequada contribui para o equilíbrio emocional.
- Prática regular de exercício físico: Caminhar, andar de bicicleta, nadar ou frequentar o ginásio libertam a energia acumulada, diminuem a ansiedade e melhoram a função cardiovascular, além de estimularem a libertação de neurotransmissores ligados ao bem-estar.
- Técnicas de respiração e relaxamento: Exercícios de respiração profunda, meditação ou mindfulness promovem calma, aliviam tensões e auxiliam na regulação da pressão arterial e da frequência cardíaca.
- Realizar pausas ao longo do dia: Pequenos intervalos ajudam a reduzir a sobrecarga emocional e a recuperar o equilíbrio.
- Ter hobbies e atividades prazerosas: Participar em atividades que proporcionem prazer, como ler, pintar ou fazer cerâmica, contribui para o bem-estar e para a manutenção de emoções positivas.
- Praticar journaling: Registrar pensamentos, emoções e reflexões ajuda a manter o foco nos aspetos positivos da vida, favorecendo o equilíbrio emocional e a autoconsciência.
- Manter o contacto social regular: Relações próximas e interações sociais frequentes fortalecem o apoio emocional, permitem a expressão das emoções e reduzem o isolamento.
- Hábitos de vida equilibrados: Uma alimentação saudável, rica em nutrientes anti-inflamatórios como os ácidos gordos ómega-3, sono adequado, redução do consumo de álcool e cafeína e a não utilização de tabaco contribuem significativamente para a saúde do coração e o bem-estar geral.
- Reduzir a sobrecarga de informações: Limitar o tempo em redes sociais e a exposição a notícias negativas ajuda a diminuir a ansiedade e promove o relaxamento mental.
Quando procurar ajuda profissional?
Embora muitas estratégias de autocuidado possam ser praticadas diariamente, é importante procurar ajuda profissional quando as emoções se tornam difíceis de gerir ou começam a afetar a saúde física e o bem-estar geral.
Alguns sinais de alerta incluem:
- Sentimentos persistentes de tristeza, ansiedade ou irritabilidade que não diminuem com o tempo.
- Dificuldade em controlar as emoções, resultando em crises frequentes de raiva, choro ou frustração.
- Alterações significativas no sono ou no apetite.
- Sensação constante de sobrecarga ou incapacidade de lidar com os desafios do dia a dia.
- Sintomas físicos relacionados com o stress, como palpitações, dor no peito, pressão alta ou cansaço extremo.
- Dificuldade em manter hábitos de vida saudáveis.
Procurar apoio de profissionais de saúde mental ou de médicos especializados permite desenvolver estratégias personalizadas de gestão emocional e proteger tanto a saúde psicológica quanto a cardiovascular.
Caso precise de algum apoio, pode consultar a nossa Rede Médica que dispõe de 160 000 prestadores de cuidados de saúde.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
Downloads
Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis: